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terça-feira, 23 de junho de 2015

Festa Junina em Galway!



E teve Festa Junina em Galway!!

Como já comentei anteriormente, a minha escola estava organizando desde o mês passado um "arraiá" para celebrar essa tradicional festa brasileira, e mostrar um pouco mais da nossa cultura para os outros estudantes e moradores locais. Ela aconteceu no último sábado (20/06), e o resultado foi muito bom! Pelo que entendi, esse é o quarto ano que a festa é promovida, e a responsável por organizar tudo na escola é uma simpática funcionária que é casada com um brasileiro (que também ajudou na organização e integrou uma banda que se apresentou na festa).

Confesso que fiquei um pouco em dúvida no início sobre participar ou não, pois é a típica situação em que você fica em cheque sobre estar em contato com sua cultura de alguma maneira, ou resolver focar completamente na vida de intercâmbio e usufruir o máximo dos costumes locais. Mas conforme relatado aqui, o convite pra participar da organização foi uma das primeiras coisas que me aconteceu ao chegar aqui, e posteriormente, quando vi muita gente do "oba-oba" inicial não querer se envolver, resolvi ajudar mesmo quem queria fazer a coisa acontecer, e colaborar para que as pessoas em geral pudessem ter um pouquinho mais de conhecimento sobre a cultura do meu país, saindo do estereotipado "carnaval-samba-futebol".

A princípio fiquei responsável apenas pelo script do "casamento caipira" (na verdade era a única coisa que me sobrou quando houve a divisão inicial, já que eu só queria ficar nos bastidores). Acabei demorando um pouco pra fazer, mas no final basicamente adaptei um roteirinho que já haviam criado em algum ano anterior, inserindo e removendo algumas partes no que eu achei que poderia ficar melhor. Incluí alguns pequenos trechos de músicas brasileiras em alguns momentos pra dar um "up" e acho que acabou ficando interessante (o DJ apoiou pra tudo correr bem no momento da encenação). O problema foi, quando resolveu-se ensaiar (apenas 3 dias antes da festa), percebemos que depois da certa "debandada", não tínhamos mais muita gente pra participar do casamento. Depois de alguma conversa, encontramos uma moça pra ser a "amante" do noivo, a narradora, e eu acabei ficando com o papel do "pai da noiva". Todo mundo que participou dos ensaios também deu algum palpite para ajustarmos alguns pontos na história, e acho que conseguimos fazer algo legal e divertido.

Durante a organização acabei também entrando no ensaio da quadrilha eu devia ter uns 10 anos na última vez que fiz algo do tipo. O único problema durante esse período foi que o português foi inevitável. Mas esse assunto é polêmico e controverso, e pretendo abordá-lo posteriormente.

Outro fato legal é que a festa foi divulgada bastante em grupos do Facebook, mas também no "Galway Advertiser", o principal jornal da cidade. Ele é distribuído gratuitamente todas as quintas-feiras pela quantidade de propaganda só poderia ser gratuito mesmo, e com bastante visibilidade aqui. Acabei conhecendo um brasileiro na festa, também chamado Lucas, que apareceu lá depois de ter lido no jornal.

Desculpe pela foto tosca, mas tirei direto do jornal, e cortei uma imagem gigante que saiu junto.

No balanço geral sem trocadilhos com a Festa Junina, acho que todo mundo que participou está de parabéns, principalmente levando em conta que ela foi organizada por alunos brasileiros, que até então não tinham muita familiaridade com nada do que precisava pra organizar uma festa desse tamanho. Todo trabalho foi muito bem feito, seja na decoração, no preparo das comidas (tinha bastante comida), fazendo som ou apenas dançando quadrilha (que teve após o casamento e que TODO MUNDO quis participar, fazendo o salão ficar pequeno pra tanta animação). Só ouvi elogios de todos que conversei, gringos e brasileiros. Se quiser conferir as fotos da nossa festa, é só dar uma passada no álbum da fan page da escola clicando aqui não estou ganhando nada pra divulgar isso.

sábado, 13 de junho de 2015

1 mês de Irlanda!



É isso! Há exatos 30 dias, eu colocava meus pés em solo irlandês pela primeira vez. Desde então muita coisa aconteceu (tenho aquela bendita sensação de que parece muito mais). Pra comemorar, resolvi fazer um post nos moldes de alguns blogs que acompanho, com um resumão do que se passou nesse período.

Em um mês na Irlanda:

- Eu já desisti de tentar adivinhar pra qual lado olhar antes de atravessar a rua, graças à confusa mão inglesa! Excluindo os lugares que passo diariamente, e as poucas (pelo menos em Galway) opções de travessia onde está pintado no chão a indicação de pra onde olhar, eu sempre checo os dois lados;

- Me senti sozinho algumas vezes, mas nas últimas semanas eu mal tenho conseguido criar uma rotina aqui, bem como fazer certas coisas que fazia diariamente no Brasil no computador, pois sempre tenho encontrado algo pra fazer com o pessoal que conheci na escola. Também tenho conversado bastante com meus housemates, sempre disponíveis e curiosos sobre o que tenho vivido aqui, além da troca de experiências entre a gente;

- Passei um bocado de frio nos primeiros dias, principalmente pegando: ou (1) uma ventania que REALMENTE parece que vai te levar mundo afora, ou (2) chuva e vento na minha direção ao mesmo tempo (sério, é MUITO tenso!). Mas acabei comprando apenas uma jaqueta impermeável aqui. Trouxe bastante roupa de frio do Brasil e no final das contas tem sido mais do que suficiente. Contrastando, só senti calor de verdade em um dia de quase 20ºC, além de dentro dos pubs, rs. A média foi de uns 12ºC nas primeiras semanas, e tem sido de uns 16ºC nos últimos dias. Com relação aos remédios, trouxe uma montanha, mas até agora só usei um pra dor muscular pois não sou atleta e já joguei basquete e futebol;

- Os dias parecem extremamente curtos, dentro do que faço normalmente: Acordo por volta das 8hs, chego na escola às 9hs, saio 12:30hs, preparo meu almoço até por volta das 13:30~14hs, volto pra escola ou faço algo com o pessoal aqui à tarde, e quando vejo já são 20hs! Principalmente por conta da hora em que o sol se põe aqui (no Verão, por volta das 22hs), perco a referência que a gente usa no Brasil. Não é aquela coisa "está-anoitecendo-tenho-que-ir-pra-casa-e-me-preparar-pra-um-novo-dia". Mas isso não é exatamente ruim, só é diferente;

- Tenho caminhado MUITO aqui, em comparação com o que fazia no Brasil (que era basicamente nada). Acho que já conheci boa parte da cidade, dentro do que é possível ir a pé. Já visitei alguns locais "turísticos", alguns pubs, shoppings, e muitos lugares dentro de um raio de 30 minutos de caminhada partindo do centro. Também já voltei pra casa mais de uma vez depois de 1h da manhã, e apesar do "sensor de alerta brasileiro" ligado, não vi nada de perigoso;

- Cozinhar não tem sido problemático, apesar de eu normalmente só fazer algo no almoço, e comer um sanduíche ou algo simples à noite. Dá pra encontrar muita coisa que tem no Brasil aqui (apesar de eu não ter testado o famoso feijão "quase doce" irlandês até agora, por exemplo). Já cozinhei duas vezes para uns amigos coreanos, e fui bem elogiado Masterchef aí vou eu. Com relação às bebidas, provei a Guinness e vi que esse negócio de cerveja não é pra mim mesmo! Também são comuns em pubs as cidras, mas não tem a quantidade de açúcar necessária para o meu paladar infantil, hahaha! Fico no refrigerante ou nos "cocktails", que nem são tão mais caros que as pints. Vodca aqui mesmo em supermercado é caríssima em comparação com o Brasil;

- Ainda não peguei "as manhas" sobre o que comprar em qual supermercado (aqui tem 5 bem famosos), e tenho dado preferência ao Tesco pela variedade e pelo que comparei de preço. Acabei me surpreendendo negativamente, pois comendo de forma normal aqui estou gastando um pouco mais do que o planejado;

- Já tenho moradia definitiva, mas só semana que vem devo concluir o processo do banco e tentar obter o visto de estudante. Também por conta disso ainda não iniciei as buscas por trabalho;

- Não tenho praticamente nada pra reclamar sobre a escola. Não faltei até agora e nem pretendo, já que moro do lado e sempre lembro o que precisei suar pra pagá-la. As aulas tem sido muito boas, e o único problema tem sido comigo, já que estou um pouco receoso sobre a necessidade de reforçar o que aprendo lá estudando em casa, mas não consegui me programar pra isso ainda. Sinto alguma evolução no meu speaking, mas pelo fato de precisar falar o tempo todo em inglês mesmo, devido à tão sonhada imersão. Português basicamente só com a família e no Facebook, quando dá tempo;

- Ter conhecido pessoas de diversos países ainda é a minha maior realização até agora. Acho interessantíssimo saber sobre a vida de cada um, e somado à história do seu país é extremamente enriquecedor;

- Esse ponto pode soar estranho pra algumas pessoas, mas até agora não senti saudade de nada! Converso com minha família e alguns amigos quase que diariamente. Minha vida antes de começar o intercâmbio estava estagnada e monótona, como já relatei aqui. Sinceramente Brasil, tá bom aqui, e espero ainda ter um tempo antes de te ver de novo, hehe. A jornada está só começando!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Pé na estrada: Cliffs of Moher




Nota mental: Mesmo (felizmente) arrumando bastante coisa pra fazer aqui em Galway, preciso encontrar tempo e criar o hábito de postar aqui pelo menos duas vezes por semana, e de preferência, próximo dos acontecimentos relatados, pois do contrário preciso ficar forçando minha memória e correndo o risco de não conseguir contar tudo que deveria. Ponto.

Confesso que de todos os blogs que acompanhei/acompanho sobre intercâmbio, os posts que sempre menos me interessam são os referentes às viagens. Não sei explicar necessariamente o porquê, e até acredito que dê um trabalho danado relembrar tudo, postar foto, etc, mas sempre tive a impressão de que é o tipo de coisa que é mais interessante pra quem escreve do que pra quem lê. Espero que quem me acompanha aqui tenha uma impressão contrária, e no final das contas, eu vou postar do mesmo jeito, rs!

Há dois sábados atrás, precisamente no dia 30/05, decidi fazer minha primeira viagem aqui na Irlanda. Destino: Cliffs of Moher. Pra quem não conhece, os Cliffs são um dos mais famosos pontos turísticos de toda a Irlanda, onde já foram gravadas cenas de alguns filmes, como uma das sequências do Harry Potter. 

Pra ser sincero nem é uma viagem assim tão longa, já que os Cliffs ficam no condado de Clare, ao lado do Condado de Galway (condado é relativamente parecido com o conceito de estado no Brasil, só que beeeeeem menor), mas quando se fala de terras irlandesas, já é sabido que nunca é muito demorado percorrer os caminhos por aqui. Saímos de Galway às 10hs, chegamos aos Cliffs por volta de 14hs, e retornamos à Galway por volta de 18:30hs.

Na verdade minha viagem foi motivada apenas por um amigo brasileiro que estava à passeio em Dublin, com sua namorada que está estudando inglês lá, e resolvemos tentar nos encontrar. Após alguns planos fracassados como ele vir pra Galway de carro, ou vir de ônibus e irmos juntos pra viagem, ele acabou decidindo ir em uma "excursão" que saía de Dublin, e tentaríamos nos encontrar já nos Cliffs e é claro que deu tudo errado!

De qualquer forma, ainda tentando fazer esse plano dar certo, e logo depois de apenas deixar minhas malas na casa nova, saí correndo pra pegar o ônibus (que sai da rodoviária de Galway, ou seja, do lado da minha nova casa <3). No ônibus, o motorista/guia fica com um microfone falando o tempo todo a respeito das coisas que vamos vendo no caminho, sempre de maneira bem divertida. Bom, na verdade aqui entra o primeiro problema, pois fazendo um balanço, acho que entendi por volta de 30% do que ele falou. Não sei se devido ao sotaque, a não ter a "leitura labial", ou à uma v@g@b*** irlandesa que estava sentada atrás de mim e fazendo uma bagunça ABSURDA! Ela cantava, gritava, batia palma, sério, tava pior do que aquelas excursões que a gente faz na escola, mas só com a turma do fundão. Até achei que era francesa porque né...

Na viagem a gente foi parando em alguns lugares interessantes no caminho e que me fizeram chegar tarde nos Cliffs. Visitamos um castelinho, um cemitério, um local com umas pedras com umas "depressões" não entendo nada de Geografia, dentre outras coisas. Não vou ficar citando todos aqui, pois não entendia direito o que o guia falava, e porque acho que seria chato. As fotos estarão no final do post.

Indo ao que interessa, após uma parada pra comer em uma pequena vila no caminho, chegamos aos Cliffs após uns 15-20 minutos. Comecei minha saga tentando encontrar meu amigo e sua namorada, até insistindo na internet que incrivelmente tinha sinal aquele lugar no meio do nada. Mas logo depois vi que não teria sucesso, e resolvi utilizar a incrível tecnologia de "reconhecimento facial", ou seja, fui tentando encontrar eles reparando no rosto de todo casal que encontrei no caminho. Hahaha!

Andei por quase 2 horas sem parar. O lugar é absurdamente alto, e absurdamente extenso! Você anda, anda, encontra um lugar alto pensando ser o cume, mas só encontra mais trillha pela frente! Mas acabei dando bastante azar, porque nesse dia estava MUITO frio, e ventava como nunca presenciei antes na minha vida!

A vista é imponente, e existem placas oferecendo ajuda à pessoas que pensam em se suicidar lá, e até uma em homenagem aos que tiveram esse triste fim. Houvi bastante português lá, mas mais um monte de outras línguas também, principalmente espanhol, alemão e inglês really?!

Depois de desistir de procurar meu amigo, e já bem cansado, voltei pra "base", que é tipo uma entrada, onde existe umas lojas de souvenir, lanchonetes, banheiro, e até um museu interativo legalzinho. Após alguns minutos o ônibus partiu rumo à Galway, parando ainda em alguns lugares "interessantes" (dessa vez com aspas mesmo, pois um desses lugares foi tipo um círculo um pouco elevado "no meio do mato", onde o guia falou algo sobre ser uma região encantada. Não sei se eu já estava muito cansado, ou era a irish bitch me atormentando, mas achei bem desnecessária a quantidade exagerada de paradas).

Resumindo: não encontrei mesmo meu amigo (o ônibus dele saiu dos Cliffs no momento em que eu estava chegando!); e fazendo um balanço, eu confesso que até de certa forma me arrependi. Só fui nesse dia por causa dele, e nem nos encontramos. O dia estava muito frio e até meio feio. Mas o pior de tudo é que esse tipo de passeio é normalmente pra se fazer acompanhado, preferencialmente de casal acho que eu era o único "forever alone" no ônibus. Me senti bem sozinho, e ainda tinha a louca atrás de mim pra ser a cereja do bolo!

Eu recomendo a viagem, pois o lugar é realmente fantástico, mas se possível tentando evitar o que eu citei acima. Espero fazer mais viagens (e provavelmente elas não serão acompanhadas mesmo), mas gostaria de ter mais sorte das próximas vezes!


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Missão: procurando um lar definitivo


Como eu já havia falado aqui, vim pra Galway com duas semanas de acomodação estudantil garantidas no pacote que fechei com a escola. Esse é o período médio que sugerem ter inicialmente, pra conseguir encontrar uma casa compartilhada pra ficar de vez. Sim, você não leu errado, aqui na Irlanda, mais especificamente em Galway, é muito comum as pessoas dividirem uma casa, alugando um quarto, seja essa pessoa um estudante ou um trabalhador vindo de outra cidade/estado, ou até de outro país. Enfim, no meu caso o tempo acabou sendo mais do que suficiente, mas não sem antes passar por alguns pequenos perrengues.

Acabei usando a primeira semana aqui pra me adaptar e resolver um monte de coisas, como já expliquei antes, e deixei pra procurar um quarto apenas quando já estivesse na acomodação estudantil. Logo, tendo chegado na acomodação no dia 16/05 (e com mais duas semanas pela frente), resolvi começar a procurar o quarto no dia 19/05, basicamente através do tão famoso daft.ie e em alguns grupos no Facebook, tanto de brasileiros quanto do pessoal daqui mesmo. Logo na primeira verificada, percebi que haviam muitas vagas disponíveis a partir do início de Junho até o final de Agosto, que são os meses de férias dos universitários (verão europeu), ou seja, a galera que estuda aqui volta pra casa e aluga seus quartos nesse meio tempo. O problema é que alugar só por esse período não me atendia completamente, apesar de não descartar essa possibilidade se não achasse nada, podendo durante esses 3 meses achar um definitivo.

Algo assustador nos grupos do Facebook (principalmente no grupo local de Galway) é a velocidade com que as vagas são preenchidas, muitas vezes com poucas horas. Já havia lido relatos desse tipo com o pessoal que vai pra Dublin, mas não imaginava que aqui seria assim (e essa foi só a primeira coincidência). Mesmo tendo recebido alguns "essa vaga já foi ocupada", na primeira noite de buscas encontrei um quarto bem barato e próximo da acomodação (ou seja perto da escola e me pouparia de cruzar a cidade com 2 malas e uma mochila). Marquei com o cara de ir no dia seguinte à tarde, e foi aí que minha inocência me pegou. Como a procura é grande, no outro dia pela manhã recebo uma mensagem falando que a vaga já tinha sido preenchida por uma pessoa que foi mais cedo que eu. Damn it!!

Continuei as buscas, e nesse dia aconteceu outro fato muito comum com brasileiros em Dublin, o qual eu realmente não acreditava que fosse ver aqui: recebi um não de uma brasileira que divulgava a vaga, pelo fato de eu também ser brasileiro! Minha conversa com a moça foi até um pouco parecida com esse texto fantástico do e-Dublin, mas eu vi que não valeria a pena insistir. Ela veio com um papo de que morava aqui há 4 anos, conversava em português no trabalho e não queria isso em casa. Mas eu me pergunto: "será mesmo que as pessoas nas casas conversam tanto entre si assim? Ninguém trabalha, sai com amigos, tem outros afazeres e só fica falando em inglês?". Confesso que me senti mal, principalmente pelo fato de que estava sendo vítima de xenofobia pela primeira vez fora do meu país, e por uma brasileira!!! Não quero parecer falso moralista, até porque já disse algumas vezes aqui (e ainda pretendo falar mais) sobre a questão de brasileiros, sobre falar inglês, etc, mas sinceramente, não me vejo fazendo a mesma coisa estando do "lado de lá". Mas o mundo da voltas e cada um sabe o que faz.

Voltando, no dia 21/05 agendei 2 visitas. Uma com o "Seu" Gerry, num quarto perto da Shop Street, a principal rua de comércio da cidade (pra dividir com 3 pessoas, eu acho), e uma com a Eileen, numa casa a 3 minutos da escola (dividindo com 2 moças). Na primeira, me bateu um desespero: a casa era bastante bagunçada, fedia a mofo em todos os cantos, e o quarto era minúsculo (não que eu esperasse algum grande, mas era basicamente a cama e o guarda-roupa, também pequenos)!

Já na segunda visita do dia, a vaga era ótima! Toda arrumadinha, a casa tinha tudo (inclusive TV por assinatura e internet). Só tinha um porém (dois na verdade): o primeiro era que ela precisaria receber mais duas pessoas pra verificar a vaga, pois já haviam marcado visita, e então a anunciante iria decidir na sequência o "ganhador" do quarto (aliás perguntei ela como é feita essa seleção e nem ela soube me explicar direito); o segundo era que fiquei com a impressão de que ela não foi muito com a minha cara e pra ser sincero nem eu com a dela. De qualquer forma, voltei pra casa esperando uma resposta no dia seguinte, já que a casa do Gerry não ia rolar mesmo.

Chegando em casa, depois de ter marcado pro outro dia algumas visitas em casas bem afastadas mas era o que tinha e cabia no orçamento, lembrei que havia anotado um telefone que encontrei no mural da escola. Não pus muita fé mas liguei. O senhor que me atendeu numa infeliz coincidência o PIOR sotaque que presenciei até agora me disse que tinha uma vaga! E melhor, bem próxima da casa da Eileen, ou seja, pertíssimo da escola! Ele insistiu pra que eu fosse visitar no mesmo dia (já eram 19hs, ele não morava lá mas pediria aos moradores pra me receber), e eu acabei indo. Chegando lá, gostei bastante da casa! Era grande e, apesar de precisar dividir com mais 4 pessoas (um casal de italianos, uma "jovem senhora" espanhola e um irlandês) não parecia ser um problema. O mais legal, entretanto, é que fui extremamente bem recebido pelos moradores. Tava rolando uma festinha de aniversário de um deles no dia, e até pedaço de bolo eu ganhei! Eles se mostraram bastante preocupados com a limpeza, já que tinham pego a casa imunda, antes habitadas pelos já famosos irlandeses-que-nunca-limpam-nada. Além de serem de países "quentes", ou seja, entendemos do sofrimento uns dos outros com o frio. Os únicos "detalhes" são: a casa não tem internet, mas dá pra usar a do celular sem problemas, a TV é basicona e a energia é pré-paga (eles pareceram bem preocupados em economizar também).

No final das contas, minha sensação era igual à daqueles momentos em que parece que a sorte está sorrindo pra você, sabe? Pelo "pacote", essa era a opção ideal: a vaga estava disponível há uma semana, mas o dono não havia divulgado ainda (ou seja, nem concorrência eu tinha), preço acessível, housemates agradáveis, casa do lado da escola, eu iria querer mais o quê??

Acabei "assinando o contrato" (entre muitas aspas, já que o landlord me deu uma folha de caderno preenchida, mas que já era melhor do que na Eileen, que disse que não teria nada por escrito) no dia 23/05, mesmo tendo uma semana de acomodação estudantil ainda disponível (e fiquei lá até o último dia, pois quarto com suíte eu não vou ter de novo tão cedo, hehe). Concluí a minha mudança andando por 1km com mala, mochila e sacola cheia de coisas que eu já tinha comprado, inclusive comida no último dia 30. Tem sido bem tranquilo aqui, apesar de alguns pequenos probleminhas, mas isso é assunto pra depois. A questão é que agora tenho casa e um endereço, e já posso iniciar o processo do visto de estudante mais tranquilo. Missão cumprida!